Ministério da Saúde exonera diretor responsável pela campanha "Sou feliz sendo prostituta"

Campanha não havia sido aprovada pelo Ministério da Saúde, transmitiu a mensagem errada e gerou repercussão negativa de grupos conservadores.

Foi publicado na edição desta quarta-feira (5) do Diário Oficial da União, a exoneração de Dirceu Bartolomeu Greco, diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. O motivo da exoneração: ele veiculou, sem a aprovação do Ministério, a campanha "Sou feliz sendo prostituta", em referência ao Dia Internacional das Prostitutas (2 de junho).

Embora a ordem tenha partido do próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman quem assinou a Portaria 416. Os detalhes sobre o motivo da exoneração não são descritos na publicação.

A campanha foi divulgada nas redes sociais e no site do Ministério. Mas foi retirada após Padilha vir a público dizer que a peça não havia sido aprovada e que, enquanto fosse ministro, a mensagem não faria parte da campanha. Em nota, o Ministério da Saúde declarou:

"As peças expostas no site do Departamento de DST/Aids não passaram por análise e aprovação da Assessoria de Comunicação Social, como ocorre com todas as campanhas do Ministério da Saúde, de todos os departamentos. Logo, o descumprimento das normas previamente estabelecidas pelo Ministério da Saúde justificou a retirada das peças do site do departamento e de seus perfis nas redes sociais e a apuração das responsabilidades. As peças dirigidas a este público, que é prioritário para as ações de DST/Aids, serão disponibilizadas após análise da Assessoria de Comunicação Social".

O mote da campanha gerou repercussão negativa, principalmente por parte dos segmentos conservadores e religiosos. A mensagem original da peça era "Sem vergonha de usar camisinha", e tinha como principal objetivo alertar acerca da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, sem transmitir mensagens de cunho social. "Respeito as entidade e os movimentos que queiram passar essa mensagem, mas é o papel deles. O papel do Ministério da Saúde é estimular a prevenção de DST's", disse, na última terça-feira (4).

Com informações do G1 e Agência Brasil